quarta-feira, 16 de maio de 2012

4ª Etapa – De Bruma a Sigueiro

“De Bruma foi a descer até Sigueiro,

E no bosque parámos pr’almoçar…

E no ribeiro os pés molhar,

Tockandar!!!”

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Ui, que noite… Acordei de madrugada, com ronc-ronc em stéreo… Depois de quase ter caído do beliche abaixo (é o que dá ficar no andar de cima!!) ainda tentei fugir ao barulho… Mas na rua, apesar de haver silêncio, estava fresco, húmido e desagradável… Regressei ao beliche… O ronc-ronc tinha baixado o volume, mas em contrapartida andava agora um “assaltante” na cozinha de volta dos tachos e panelas do jantar da véspera… “Estarei a sonhar?”, pensei, acabando por adormecer para acordar momentos depois com a luz que entrava pelas janelas… Que noite!! “Grrrrr!!!”

Lá nos levantámos e equipámos, aproveitando o ar fresco da manhã para a foto de grupo em frente ao Albergue de Bruma que deixámos em busca do desayuno…

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Lá fomos descendo a rua, em busca de um cafezito que estivesse aberto, onde adocicar os ânimos… Encontrámo-lo depois de passarmos a Igreja de Ardemil, seguida por uma estranha forma de arte,

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Onde tractores parecem andar de carrossel e misturadoras de cimento se misturam com dinossauros, por entre uma panóplia de estátuas de Santiago e casais peregrinos… Estranho… Será mesmo este o caminho para Santiago?

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Enfim, lá encontramos o cafézinho, onde paramos para uma animada pausa… E por entre tostas mistas e bolos de pacote, galões e sumos de melocotón e albaricoque, acabamos por descobrir 2 ingleses, comprovando que estávamos mesmo no Caminho Inglês!! ;)

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Vinham como nós, meios esfaimados, à procura de pequeno-almoço, mas piores que nós, pois vinham com um escaldão imenso nas faces e nas pernocas. Lá metemos conversa com eles e ficámos a saber que são irmãos, que iniciaram o caminho na 6ªF (2 dias antes de nós) e que à medida que iam caminhando e se iam sentindo cansados, paravam e apanhavam um táxi; no dia seguinte voltavam de táxi ao ponto onde tinham parado na véspera e seguiam caminho… É uma forma de fazer as coisas…

Depois de 2 dedos e meio de conversa com eles, voltámos ao caminho, passando pela Igreja de San Payo de Buscás…

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E logo depois deixamos o alcatrão para trás e entramos no bosque…

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Vamos caminhando animadamente até que o Carlos dá o alarme e diz que já fizemos 100km desde o início!! Paramos então para fazer a festa e marcar o centésimo km do caminho inglês!!

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E nessa altura os companheiros ingleses juntam-se a nós para a festa também!!!

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Continuamos o caminho, nesta 4ª etapa, felizes… Mais de metade do caminho já está feito e o trilho de hoje até está a ser bem mais bonito do que inicialmente o prevíramos…

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Despedimo-nos então dos irmãos ingleses, já que estavam a ter alguma dificuldade em acompanhar-nos, apesar de estarmos a gostar da sua companhia…

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E continuamos pelo meio do bosque…

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Entretanto já vão sendo horas de comer… E desviamo-nos então do caminho, em busca de um bom local para fazer o desejado piquenique!!

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Caminhamos por um verde prado, pejado de flores e rodeado de árvores… E lá no meio encontramos o que procurávamos… Sombra e… o rio!

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E depois de andarmos por ali alegremente a chapinhar, chega a hora de piquenicar e logo depois… descansar!!

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Que bom que é poder repousar um pouco, à sombra das árvores, deixando-nos embalar pelo sussurro das folhas e o marulhar das águas do ribeiro… Que paz…

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Mas o caminho espera por nós e chega a hora de a ele voltar… Malta, tockandar!!! Pelo meio do bosque marchar, marchar!!

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Apesar das sombras faz bastante calor e é uma maravilha quando o Zé Manel pede um pouco de água numa casa próxima… É que como neste troço de caminho não se passa por nenhuma aldeia, as hipóteses de abastecimento são mínimas. Assim, esta água foi mesmo uma maravilha

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E é já de ânimos refrescados e cantis bem recheados que partimos, para a recta final do caminho… Sim, uma recta, em estradão de 4km… Para ajudar a passar o tempo, eu e o Zé Manel fizemos um desafio de assobio, cantarolando músicas dos Beatles… E a recta passou-se muito bem!!

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E finalmente, depois de uma recta de alcatrão, que nos pareceu interminável, chegamos a Sigueiro!!!

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E após uma breve pausa à beira-rio, rumamos à Hospedaxe Mirás – a única alternativa de alojamento no local!! O melhor mesmo do sítio foi a clara de lemón com que brindámos à chegada!!

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Com 2 casas de banho a dividir por nós, lá fizemos a escala das banhocas e depois de ficarmos bem cheirosinhos, equipámo-nos e fomos até à Igreja local pedir um carimbo!! Quando lá chegámos estava a missa a decorrer… E enquanto uns “oravam”, outros aproveitavam para descansar o esqueleto… E até a massagenzinhas nos pés houve direito!!

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E enquanto a missa decorria, ainda houve tempo para plantar umas sementinhas de flores trazidas de Portugal… Talvez daqui a uns anos regressemos a Sigueiro e possamos observar se as sementes terão dado flor…

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Bom, já de credenciais carimbadas, as barriguitas começaram a dar sinal… E lá fomos nós ao restaurante “El Cortés” celebrar mais uma etapa brilhantemente concluída!!

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E por entre as maravilhosas e coloridas travessas de presunto, polvo e saladinhas, bem regadas com o Ribeiro (o tal que dá alegria o dia inteiro!!), houve ainda tempo para entoarmos - alto e bom som a nossa marchinha do Caminho, ali escrita numa toalha de papel, terminando o repasto com a boa da massagenzinha na cabeça!!

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Depois do repasto, demos uma voltinha junto ao rio Tambre, para desmoer, ao mesmo tempo que nos abríamos numa flor de sorrisos em tons de azul…

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E assim, sorridentes, regressámos à Hostal Mirás, para descansar antes da última etapa do caminho!!

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