Tal como já foi referido, de entre a vasta panóplia de caminhos para Santiago, acabámos por optar pelo Caminho Inglês.
Não por qualquer afinidade com os britânicos, mas principalmente porque seria o único que conseguiríamos completar do início ao fim no espaço de tempo que dispomos para o fazer… Uma semaninha!!
É que os restantes caminhos têm todos um comprimento bem maior, iniciando-se quase sempre fora da Galiza…
Talvez por ser um dos caminhos mais curtinhos (115km desde Ferrol) seja também o que menos é usado pelos peregrinos… Só 2% é que usam este caminho, preferindo a maioria o Caminho Francês.
Seja como for… Uns amigos nossos tinham-no feito em Fevereiro último e gostaram da experiência, contagiando-nos com as suas estórias… E lá acabámos por o escolher!!
Bom, para quem não sabe, o Caminho Inglês pode começar em 2 locais: La Coruña, ou Ferrol. Isto porque eram os portos por onde os peregrinos do Norte da Europa (ingleses, islandeses, dinamarqueses, noruegueses, flamencos…) desembarcavam, seguindo esta via alternativa ao caminho Primitivo ou Francês, para evitarem problemas relacionados com as hostilidades entre os vários reinos do que é hoje a Espanha…
Uma vez em terra, os Peregrinos avançariam pelos caminhos reais, usando como “faróis” as Igrejas, Conventos, Ermidas e Hospitais, pernoitando onde calhasse, casas particulares, albergues ou estalagens… Alimentando-se do que conseguissem encontrar, ou do que as hospitaleiras gentes galegas lhes oferecessem, até chegarem finalmente a Santiago.
Era um caminho duro… Mas para eles a chegada ao Túmulo de Santiago era o apogeu do caminho… A esperança que o caminho deles a partir dali fosse outro… Melhor… 
“Sou um peregrino.
Não tenho nada e nunca tive…
Nada trago, nada levo, além da certeza que não sou nada…
Além da esperança de ser melhor. (…)”
Anónimo, extraído de http://geocunha.blogspot.com
Creio que será com essa esperança que os Peregrinos continuam a fazer o Caminho de Santiago…
Nós, a maioria, irá fazê-lo num espírito mais caminheiro do que peregrino, mas certos que no final do caminho nos sentiremos diferentes e melhores por o termos partilhado em grupo.
Mas vamos ao caminho…
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